A emergência climática deixou de ser uma alerta e está presente nas cidades brasileiras das mais diferentes formas: enchentes na região Sul, ressacas no Rio de Janeiro, tempestades em São Paulo que deixaram pessoas sem energia elétrica por dias, fumaça de queimadas que cobrem Manaus, seca nos rios da região Amazônica e ondas de calor no Centro Oeste. Mais do que nunca, combater e mitigar as mudanças climáticas deve estar no planejamento público.
A natureza oferece soluções neste caminho, como áreas verdes que ajudam a absorver a água da chuva ou árvores diminuem ilhas de calor. Pensando em apoiar o poder público e a iniciativa privada na construção de cidades mais resilientes, a Fundação Grupo Boticário, com apoio da Aliança Bioconexão Urbana, está lançando o e-book “Cidades do futuro: As Soluções baseadas na natureza ajudando a enfrentar a emergência climática”.
O livro pode ser baixado gratuitamente e traz exemplos práticos e projetos de referência tanto no Brasil quanto em outros países, mostrando iniciativas baseadas em processos e ecossistemas naturais eficientes no enfrentamento de problemas como inundações, deslizamentos, alagamentos e ilhas de calor.
“A publicação tem o objetivo de demonstrar que a natureza é parte importante da solução para o desenvolvimento socioeconômico resiliente às mudanças do clima. As cidades precisam se adaptar a um novo cenário climático, no qual eventos extremos, como chuvas mais intensas e longos períodos de estiagem, devem se tornar mais frequentes. Além de minimizar os impactos negativos esperados, cidades que convivem melhor com a natureza proporcionam mais qualidade de vida e bem-estar para as pessoas”, afirma Juliana Baladelli Ribeiro, gerente de projetos da Fundação Grupo Boticário.
O e-book traz exemplos de Soluções Baseadas na Natureza (SBN) utilizadas em diversas regiões no Brasil, apresenta cases de referência, destaca os benefícios das iniciativas para as pessoas e para o meio ambiente e traz ilustrações de cada tipo de SBN. Além disso, traz um guia de fontes para jornalistas e comunicadores com indicação de especialistas para as mais diversas áreas do conhecimento na temática de clima, adaptação de cidades e SBN, que podem ser consultados para enriquecer conteúdos e reportagens sobre o tema.
Os exemplos mostram que as soluções podem ter diferentes escalas, desde ações realizadas por empresas e cidadãos, como a criação de telhados verdes, jardins de chuva e parques de bolso, até projetos mais complexos que necessitam de políticas públicas integradas e maior intervenção do poder público. As iniciativas estão organizadas em 13 tipologias de SBN e envolvem a restauração no entorno de mananciais, arborização urbana em diferentes formatos, como parques lineares e corredores ecológicos, até a renaturalização de rios e córregos ou restauração de manguezais para a proteção costeira, entre outras possibilidades.
“Os benefícios das SBN são cada vez mais reconhecidos por especialistas em todo o mundo e incluem a regulação do clima, a conservação da biodiversidade, a contribuição para maior quantidade e qualidade da água potável, proteção contra desastres naturais, além de segurança alimentar e saúde e qualidade de vida da população”, explica a paisagista urbana Cecilia Polacow Herzog, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e professora e pesquisadora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Diante das características da urbanização em grande parte do Brasil, que tende a impermeabilizar o solo e alterar os fluxos naturais dos rios e cursos d’água, as cidades não conseguem absorver grandes volumes de chuvas. “Além disso, a população que vive nesses ambientes urbanos profundamente alterados sofre com os impactos na segurança hídrica e ondas de calor, que devem aumentar nos próximos anos com as mudanças no clima provocadas pelo aquecimento global”, lembra a professora da PUC Rio.
A especialista explica que as áreas impermeáveis também provocam modificações no balanço hídrico, com maiores picos de vazão, velocidade e volume do escoamento superficial, além de prejudicar a qualidade da água, que chega aos pontos de captação com muitos sedimentos e resíduos. “A natureza nas cidades é essencial para que o sistema urbano seja mais sustentável e resiliente e as Soluções baseadas na Natureza são ferramentas muito importantes neste contexto”, comenta.
Para baixar o e-book “Cidades do Futuro – As Soluções baseadas na natureza ajudando a enfrentar a emergência climática”, clique AQUI.
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A Professora Andréa Santos, do Programa de Engenharia de Transportes da COPPE foi convidada a integrar o grupo de cientistas da Rede “Urban Climate Change Research Network (UCCRN)” ligada à Columbia University, responsáveis por elaborar o Terceiro Relatório de Avaliação sobre Mudanças Climáticas e Cidades (ARC3.3), que será publicado pela Cambridge University Press entre 2021 e 2023.
Andréa Santos atuará como Autora Principal do capítulo que irá tratar do tema planejamento urbano e também como autora colaboradora para o Elemento da Ciência do Clima Urbano. A Rede UCCRN é liderada por renomados cientistas como a Dra.Cynthia Rosenzweig, agrônoma americana e climatóloga do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA e Dr. Bill Solecki, Professor do Departamento de Geografia da Hunter College-City University de Nova York.
Maiores informações: https://uccrn.ei.columbia.edu/.
A professora Andrea Santos, da Coppe/UFRJ, participa nesta sexta-feira, 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, do webinar "Biodiversidade, Crise Climática e a Revolução do Futuro", promovido pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES). O evento contará também com o professor Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados (IEA/USP); o professor Fabio Scarano, do Instituto de Biologia da UFRJ; a professora Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília (UnB); e o professor Rafael Loyola, da Universidade Federal de Goiás (UFG). O evento terá início às 16h30 e será transmitido nas páginas do BPBES, no Youtube e Facebook.
A proposta do encontro é discutir os desafios e as oportunidades que permeiam a interface entre a agenda de conservação da biodiversidade e das mudanças climáticas.
Durante o webinário será lançada a reedição do Sumário para Tomadores de Decisão: "Potência Ambiental da Biodiversidade: um caminho inovador para o Brasil", produzido por meio da parceria entre BPBES e Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), do qual a professora Andréa Santos é secretária-executiva, com apoio da Fundação Brasileira de Desenvolvimento Sustentável (FBDS) e Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. O documento estará disponível no website da BPBES no dia 5 de junho.
O planeta vai reduzir em 2020 a emissão de gases do efeito estufa em 6% por conta da freada econômica durante a pandemia atual. Já o Brasil vai na contramão mundial e deve aumentar esse número que é um dos índices causadores do aquecimento global que ameaça a vida na Terra. Essa é a conclusão de estudo feito pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Brasil, que é uma iniciativa do Observatório do Clima que calcula anualmente as emissões e remoções desses gases de todos os setores da economia brasileira.
"O Brasil tem um perfil diferente dos outros países, e suas emissões estão mais ligadas ao uso da terra. Com recordes de desmatamento, o país deve aumentar de 10% a 20% das emissões. A diminuição da atividade na indústria, no transporte e na geração de energia por conta do isolamento social atual acaba sendo pequena por aqui, comparada com a questão ecológica", afirma engenheiro florestal Tasso de Azevedo, que coordenou esse levantamento.
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