Frio intenso, calor extremo, chuvas fortes e ventanias. Em 10 anos, Rio Preto teve uma série de eventos

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Ondas de calor intensas, períodos longos de secas, incêndios florestais, tempestades severas e chuvas volumosas. Moradores de Rio Preto e região já presenciaram todas essas situações nos últimos dez anos, mas a pergunta que fica é: será que tudo isso é consequência das mudanças climáticas?

Segundo Andréa Santos, professora do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ), e secretária executiva do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC),apesar de serem poucos os estudos para avaliar a vulnerabilidade da cidade e região de Rio Preto, conclui-se que existe uma relação direta na forma como alteramos o meio ambiente local com os impactos das mudanças climáticas.

Ela destaca que a urbanização desordenada, o desmatamento total ou parcial de florestas para culturas agropecuárias e emissões de gases poluentes das indústrias e dos automóveis contribuíram para aumentar a intensidade dos eventos climáticos já presenciados em uma década não só na cidade, mas também na região. “Temos a variabilidade natural do clima, contudo, a mudança climática de origem humana vem acelerando a curva de aquecimento do Planeta de forma assustadora. As consequências podem ser sentidas no Noroeste paulista na forma de intensas ondas de calor, tempestades com alto volume de pluviosidade ou, até mesmo, períodos longos de secas, influenciando a quantidade e a qualidade dos recursos hídricos disponíveis para o abastecimento das cidades”, informa.

O professor aposentado e biólogo da Unesp de Rio Preto, Arif Cais, também defende a ideia de que o desmatamento e a poluição, associados à urbanização não planejada, estão influenciando o clima local. Considerando a maior cidade da região, o professor destaca que a falta de áreas verdes no perímetro urbano propicia um ambiente que potencializa os efeitos das mudanças climáticas. “O município é uma verdadeira ilha de calor pela falta de verde. Com a acentuada
mudança climática mundial, sentimos, cada vez mais, a influência do desconforto que as altas temperaturas causam, associadas à poluição atmosférica promovida pela queima de combustível fóssil, que também emana para a atmosfera micro particulados nocivos à saúde”, enfatiza. Para diminuir esses impactos em Rio Preto e nas cidades da região, são necessárias políticas públicas eficientes e o reconhecimento por parte do poder público de que a mudança climática é real.
“Em questões ambientais devemos sempre mostrar o nosso inconformismo e lutar para que haja mudanças para se evitar o caos que se aproxima”, 
pontua Arif.

 

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