Por Ben Hirschler
A combinação de economias frágeis e climas extremos elevou o risco global no ano passado, criando uma mistura cada vez mais perigosa para o mundo, de acordo com o Fórum Econômico Mundial.
Mesmo a Europa evitando uma cisão do euro em 2012 e os Estados Unidos escapando do abismo fiscal, líderes empresariais e acadêmicos temem que os políticos não estejam conseguindo resolver os problemas fundamentais.
Essa é a conclusão do relatório Riscos Globais 2013 do grupo, que entrevistou mais de 1.000 especialistas e chefes industriais e descobriu que eles estavam um pouco mais pessimistas sobre as perspectivas para a próxima década do que um ano atrás.
"Isso reflete uma perda de confiança na liderança de governos", disse Lee Howell, diretor-gerente do FEM, responsável pelo relatório.
Graves diferenças na riqueza e finanças insustentáveis de governos foram vistas como as maiores ameaças econômicas que o mundo enfrenta --como eram em janeiro passado-- e houve um aumento acentuado no foco sobre os perigos do clima severo.
A análise de 80 páginas dos 50 riscos para os próximos 10 anos vem antes da reunião anual do Fórum Econômico Mundial na estância suíça de esqui Davos, de 23 a 27 de janeiro, onde os ricos e poderosos vão ponderar o futuro do planeta.
Reunindo líderes empresariais, políticos e presidentes de bancos centrais, Davos passou a simbolizar o mundo moderno globalizado dominado por empresas multinacionais de sucesso.
Presidentes-executivos que chegam em seus jatos particulares podem ainda esbanjar confiança, mas os "homens de Davos" --e a maioria dos delegados são do sexo masculino-- têm muito com que se preocupar estes dias.
As preocupações sobre o aumento das emissões de gases de efeito estufa têm crescido notavelmente nos últimos 12 meses. A questão é classificada como a terceira maior preocupação de todas, enquanto o fracasso para se adaptar às mudanças climáticas é visto como o grande perigo ambiental.
A supertempestade Sandy, que causou estragos na Costa Leste dos EUA em outubro, foi um toque de despertar para muitos. Mas não foi um evento isolado em um ano que também teve secas, inundações e derretimento do gelo do mar do Ártico para um nível recorde de baixa.
O clima extremo se mostrou novamente esta semana, com a Austrália lutando contra incêndios e ondas de calor, enquanto as temperaturas na China caíram para o menor nível em 28 anos.
"Duas tempestades --ambientais e econômicas-- estão em rota de colisão", disse John Drzik, presidente-executivo da Oliver Wyman, uma unidade da corretora de seguros Marsh & McLennan, quando o relatório do FEM era lançado nesta terça-feira.
"Se nós não alocarmos os recursos necessários para mitigar o risco crescente de eventos climáticos severos, a prosperidade global para as gerações futuras poderia ser ameaçada."
O encontro deste ano em Davos tem como tema "dinamismo resistente", em reconhecimento da necessidade de governos e empresas de desenvolver estratégias para garantir que sistemas críticos continuem a funcionar em face de tais ameaças.
Fonte: Portal G1
Foto: por Arnd Wiegmann/REUTERS
Por Stephen Leahy
As áreas montanhosas dos países andinos fornecem água às cidades do litoral, abrigam biodiversidade e são barreiras naturais, mas o aquecimento global ameaça estas regiões, habitadas por milhões de pessoas. “O retrocesso das geleiras é nítido, e algumas comunidades dizem que o clima está mudando. As precipitações estão mais instáveis, e nas cidades da costa há problemas de abastecimento de água”, resumiu ao Terramérica o ministro peruano do Meio Ambiente, Antonio Brack.
No Peru, Equador, Chile e na Bolívia as geleiras são a fonte principal de água doce, e seu derretimento causa, entre outras consequências, menor disponibilidade para as cidades de vales e zonas costeiras. A superfície total dos gelos montanhosos peruanos caiu 22% nos últimos 35 anos, com redução do volume de água de 12%, segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente do país.
Diante das ameaças que pairam sobre as alturas, as nações da região criaram o Consórcio para o Desenvolvimento Sustentável da Ecorregião Andina (Condesan), vinculado à Aliança para as Montanhas, criada em 2002. Até agora, 50 países, 16 organizações intergovernamentais e 107 organizações da sociedade civil formam a Aliança, apoiada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
“Estamos executando programas para prevenir incêndios nos páramos, conservar os mangues e melhorar a administração dos sistemas de água fresca”, descreveu ao Terramérica o vice-ministro de Mudança Climática do Ministério do Meio Ambiente do Equador, Marco Chiu. A proteção das áreas montanhosas foi um tema de destaque da 16ª Conferência das Partes (COP 16) da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que terminou no dia 10, em Cancún, no México.
Nas regiões secas de Argentina, Chile, Peru e Ásia central, onde há pouca chuva, as geleiras em retrocesso causarão um impacto muito maior na disponibilidade de água do que na Europa ou em regiões da Ásia. Isto é o que afirma o informe “As Geleiras de Alta Montanha e a Mudança Climática: Desafios para os Meios de Vida Humanos e a Adaptação”, apresentado em Cancún pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Desde 2008, o Equador executa um programa de adaptação e uso da água, com 13 planos-piloto em seis províncias, apoiado pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Por sua vez, o Peru está prestes a aprovar um plano para de adaptação à mudança climática, que obterá validade legal em janeiro e se somará à estratégia nacional aprovada em 2003.
Desde 2008, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia desenvolvem um Projeto de Adaptação ao Impacto do Retrocesso Acelerado de Geleiras nos Andes Tropicais (PRAA), com apoio do Banco Mundial. “Todas as regiões foram afetadas. As comunidades estão desinformadas. Deve existir um processo de apropriação dos estudos para participar da tomada de decisões”, disse ao Terramérica a indígena quéchua Tarcila Rivera, coordenadora do Enlace Continental de Mulheres Indígenas, presente na COP 16, junto com Antonio Brack e Marco Chiu.
Declarado em 2002 pelas Nações Unidas como Dia Internacional das Montanhas, o 11 de dezembro desta vez foi dedicado aos povos indígenas e às minorias que habitam estas áreas altas. “Há debilidades nos dados, medições insuficientes, pouca experiência e ferramentas metodológicas insuficientes para calcular a vulnerabilidade. O plano deve ser aquele que nos oriente para o que vamos fazer contra a mudança climática”, disse ao Terramérica o peruano Edwin Mansilla, coordenador da Unidade Operacional de Mudança Climática do Governo Regional de Cusco.
Esta região de quase 72 mil quilômetros quadrados, habitada por 1,1 milhão de pessoas, possui um quarto das geleiras peruanas, das quais 30% derreteram, segundo a administração regional. As comunidades se preocupam com a situação da água e o cuidado dos bofedais, mangues de altitude que fornecem alimento às alpacas (Vicugna pacos). Estes mamíferos nativos dos Andes são fonte de renda para os habitantes dessas áreas devido à lã que fornecem para fabricar tecidos e roupas.
“Os conhecimentos tradicionais indígenas devem ser reconhecidos e aplicados, porque os povos sobrevivem com estes saberes”, disse Rivera. A análise do Pnuma sugere melhorar os padrões de precipitação e efeitos sobre a disponibilidade de água, em particular nas regiões de montanha da Ásia e América Latina.
Fonte: Instituto Carbono Brasil
Foto: National Geographic/fotógrafo: Sam Abell
Fenômenos climáticos que atingiram o planeta em 2012 e afetaram diversos países causaram um prejuízo econômico de US$ 160 bilhões, de acordo com balanço divulgado nesta quinta-feira (3) pela companhia de seguros alemã Munich Re.
Segundo um comunicado, os desastres naturais do ano passado causaram a perda de US$ 65 bilhões que estavam segurados de alguma maneira.
No entanto, os números são menores aos de 2011, ano considerado recorde devido ao terremoto e tsunami no Japão. Estimativas da ONU e do Centro de Pesquisa sobre a Epidemiologia de Desastres afirmam que as perdas econômicas provocadas por catástrofes naturais no ano passado alcançaram US$ 366 bilhões.
Em 2012, no entanto, 67% das perdas totais e 90% das perdas que tinham seguro ocorreram nos Estados Unidos, segundo a Munich Re. Um dos motivos foi a passagem do furacão Sandy, em outubro. O setor de seguros teve que cobrir US$ 25 bilhões devido ao rastro de destruição deixado pela tempestade.
“Os danos relacionados a desastres naturais nos EUA demonstram que é importante apoiar esforços para prevenção”, afirmou Torsten Jeworrek, integrante do conselho de administração da companhia alemã. “[Esforços] poderiam, por exemplo, proteger melhor algumas regiões costeiras, como Nova York, do efeito de tempestades”, complementa. (Fonte: Globo Natureza)
A Secretaria Executiva deseja a todos os amigos e colaboradores um Ano Novo repleto de paz, saúde e prosperidade!