As geleiras das montanhas da Ásia perderão pelo menos um terço da sua massa devido ao aquecimento global até o final do século, com consequências terríveis para milhões de pessoas que dependem delas para obter água doce, disseram pesquisadores nesta quarta-feira.
Este é o cenário mais otimista, baseado no pressuposto de que o mundo conseguirá limitar o aquecimento global médio abaixo de 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais, segundo um estudo publicado na revista científica Nature.
“Atingir o objetivo de 1,5ºC será uma tarefa de dificuldade sem precedentes”, disseram os pesquisadores, “e, mesmo assim, 36% (…) da massa de gelo nas altas montanhas da Ásia deve ser perdida” até 2100.
Com aquecimentos de 3,5ºC, 4ºC e 6ºC, as perdas de geleiras asiáticas podem chegar a 49%, 51% ou 65%, respectivamente, até o final do século, de acordo com o estudo.
As montanhas da Ásia compreendem uma região geográfica em torno do planalto tibetano, e detém a maior reserva de água congelada fora dos polos.
Elas alimentam muitos dos grandes rios do mundo, incluindo o Ganges, o Indo e o Bramaputra, dos quais dependem centenas de milhões de pessoas.
Quase 200 nações adotaram o Acordo de Paris em 2015, que estabelece o objetivo de limitar o aquecimento a um nível “bem abaixo” de 2,0ºC e, se possível, abaixo de 1,5ºC.
Algumas cidades africanas tiveram nesse ano 25 vezes mais vítimas do que as provocadas pelo furacão Harvey
As cidades indianas de Mumbai, Bangalore e Chennai; a cidade mais populosa do Paquistão, Karachi; e a capital de Bangladesh, Dakha, somam mais de 1.400 vítimas desde junho e milhões de afetados após as piores chuvas de monção que atingiram o Sudeste Asiático em anos. No Nepal, as chuvas torrenciais deixaram 150 mortos e 90.000 casas devastadas.
Na província de Guizhou, na China, os deslizamentos de terra por chuvas torrenciais causaram a morte de mais de 50 pessoas, e em cidades como Donguan, Shenzhen, Zhongshan e Zhuhai, foi declarado alerta vermelho pelas chuvas e 70.000 pessoas foram evacuadas. No total, 41 milhões de pessoas na região sofrerão muito para conseguir alimentos e enfrentarão um aumento de doenças como a malária e o tifo durante os próximos meses.
No continente africano, a capital de Serra Leoa, Freetown, teve um número não oficial de 1.000 mortos, muitos dos quais menores de idade, além de centenas de milhares de afetados por uma das piores inundações da história e um mortífero deslizamento de terras. Em Niamey, capital do Níger, milhares de pessoas precisaram ser evacuadas em poucos dias, pelo medo de que se repetisse uma tragédia humana como a de junho, com a morte de 44 pessoas durante as já frequentes chuvas torrenciais.
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Quando são expostas em laboratório a concentrações comparáveis de poluentes encontrada na atmosfera amazônica em época de queimadas, células do pulmão humano sofrem severos danos em seu DNA e param de se dividir. Após 72 horas de exposição, mais de 30% das células em cultura já estão mortas.
O principal responsável pelo estrago? Ao que tudo indica é o reteno, um composto químico pertencente à classe dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs).
As conclusões são de um estudo publicado no dia 7 de setembro na revista Scientific Reports por um grupo de pesquisadores brasileiros.
“Não encontramos na literatura científica informações sobre a toxicidade do reteno. Espero que nossos achados sirvam como incentivo para que esse composto seja melhor estudado e para que suas concentrações ambientais passem a ser reguladas pelas organizações de saúde”, disse Nilmara de Oliveira Alves Brito, primeira autora do artigo e bolsista de pós-doutorado da FAPESP.
A pesquisa foi conduzida sob a supervisão do professor Carlos Menck, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), e Silvia Regina Batistuzzo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Contou com a participação de Paulo Saldiva, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), e de Paulo Artaxo, do Instituto de Física (IF-USP), além de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Washington University em Saint Louis, nos Estados Unidos.
Fonte: Agencia FAPESP