Conferência do clima de Fiji, que começa nesta segunda-feira em Bonn, precisa dar sinais claros de que ambição climática será aumentada; fora do rumo dentro de casa, Brasil precisa alinhar ações domésticas com discurso internacional.
A 23a Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas começa nesta segunda-feira (6/11) em Bonn, Alemanha, com a missão de avançar no desenho do livro de regras do Acordo de Paris. É a primeira COP presidida por uma nação insular do Pacífico, Fiji, cuja própria existência é ameaçada pelo aumento do nível do mar em decorrência do aquecimento global. É também a primeira COP a ocorrer depois do anúncio da saída dos EUA do Acordo de Paris.
O Brasil chega à reunião com dupla personalidade: progressista do ponto de vista da negociação, com seus diplomatas dispostos a sair dela com um desenho do manual de implementação do acordo; mas tragicamente regressivo do ponto de vista da política interna, e com a maior alta em suas emissões em 13 anos.
Veja aqui o que o Observatório do Clima espera da “COP do Pacífico” e do Brasil.
Leia a matéria completa em Observatório do Clima.
A pouco menos de uma semana para o início de uma nova conferência mundial do clima, que tem como objetivo começar a definir as regras de como vai funcionar o Acordo de Paris, a ONU faz um novo apelo aos países participantes, mas também aos setores não governamentais, para que aumentem seus esforços de combate às emissões de gases de efeito estufa.
Mesmo se todos os compromissos assumidos no âmbito do acordo foram cumpridos, eles vão representar apenas um terço do que o mundo necessita fazer até 2030 – prazo colocado nas metas -, tornando “extremamente improvável” conter o aquecimento do planeta a menos de 2ºC até o final do século. É o que aponta a 8ª edição do Emissions Gap Report, coordenado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgado na manhã desta terça-feira, 31.
O relatório trabalha com um conceito de “orçamento de carbono”, que é um limite calculado de quanto carbono pode ser emitido sem aumentar demais a temperatura. Pelas contas, nesse ritmo, mesmo com todas as metas cumpridas, chegaremos a 2030 com cerca de 80% dessa conta já gasta.
O cenário fica ainda mais complicado se tentarmos ficar em 1,5ºC de aquecimento, como também indicado no acordo. Para essa temperatura, as emissões têm de ser obviamente menores. Mas, voltando ao orçamento de carbono, no ritmo atual, para este objetivo, ele já terá sido totalmente esgotado em 2030.
Todo ano uma equipe de cientistas internacionais mede a lacuna entre as ações que a humanidade está tomando para diminuir a quantidade de gases que aquecem o planeta que é lançada na atmosfera e o quanto de fato precisaria estar sendo feito para cumprir as metas estabelecidas a fim de evitar os piores cenários de mudanças climáticas.
Entrevista cedida a Globo News para Dra. Suzana Khan.
SÃO PAULO - As emissões nacionais de gases do efeito estufa subiram 8,9% em 2016 em relação ao ano anterior. Foi o segundo ano consecutivo de crescimento e aconteceu durante a crise econômica, puxado pelo aumento do desmatamento. É o nível mais alto desde 2008. O Brasil emitiu, em 2016, um total de 2,278 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente (CO2e) em comparação a 2,091 bilhões em 2015. Isso significa 3,4% do total mundial de gases-estufa emitidos. O país continua em sétimo no ranking dos maiores poluidores. Os dados fazem parte da nova edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), divulgada nesta quarta-feira (25) em São Paulo.
Leia mais em Valor.