Vendas disparam mas fim dos postos de gasolina ainda não aparece no horizonte
No começo de maio o jornal japonês Japan Times informou que no país, terceira maior economia do mundo, já há mais estações de recarga de carros elétricos do que postos de gasolina. São 40 mil versus 34 mil. Os postos de recarga domésticos foram incluídos na conta.
Os números foram fornecidos pela Nissan, que tem óbvio interesse em divulgá-los por ser uma das montadoras na linha de frente da revolução do transporte pessoal e querer impulsionar suas vendas. Seu modelo Leaf roda 170 km por carga, e quanto mais pontos, melhor – um dos argumentos fortes contra a adoção do carro elétrico é a chamada “ansiedade de rodagem”. Ninguém vai comprar um veículo ainda muito caro por amor ao planeta para ficar a pé.
(Existe um aplicativo de smartphone que mapeia onde estão estações de recarga em todo o mundo, o Plugshare. Com ele o usuário pode se conectar a outros, trocar cargas e pronto, nasce mais uma ferramenta de economia partilhada.)
Se estes dados do Japão impressionam, ainda que inflados, um outro, dos EUA, revela uma inelutável concretude. No mercado americano, modelos populares como o Honda Accord e o Nissa Altima vendem em geral 300 mil unidades por ano.
Mas 276 mil pessoas entraram em uma fila de compra, em dois dias, após a Tesla anunciar seu novo sedan, o Model 3, que custa cerca de U$ 40 mil. A fábrica foi inaugurada em 2003 pelo visionário Elon Musk (@emusk, vale seguir), com a missão de produzir exclusivamente carros elétricos.
As encomendas ultrapassaram em muito as projeções mais otimistas, e revelam coisas interessantes. Primeiro, o resto do setor está dormindo, assim como sua rede comercial. Lugar de vender carro pode não ser mais daqui em diante aquelas lojas enormes cheias de balões de festa. E carros elétricos não são mais apenas um mercado de nicho, e nem as geringonças lentas que se imaginava seriam por bom tempo – o Model 3 tem alto desempenho.
Voltemos à questão do planeta. Qual pode ser o impacto positivo de adoção em massa de transporte que não utilize combustível fóssil? Novos carros, por mais revolucionários que sejam, são feitos de materiais não renováveis, e as fases de produção, montagem e distribuição emitem uma quantidade significativa de CO2. Além disso, se a eletricidade para move-los não for de fontes renováveis, nada feito.
No mundo, as emissões de gases estufa dos transportes foram de 6.7 bilhões de toneladas de CO2 em 2010, ou 23% das emissões globais relacionadas ao uso de energia, segundo o Painel Intergovernamental da Mudança do Clima (IPCC), da ONU. Grande parte disso diz respeito a transporte por terra. Serão 12 bilhões de toneladas em 2050, sem a introdução de novas políticas.
Ainda que a Tesla atinja sua ambiciosa meta de vender 500 mil veículos por ano a partir de 2020, isto significaria um ínfimo 0.5% das vendas globais de carros leves. A Blooomberg New Energy Finance acredita que as vendas de veículos elétricos serão de menos que 5% do mercado total até 2022, quando a tecnologia tornará as baterias mais baratas, duradouras e competitivas.
A partir daí o salto será grande. Em 2040, 35% de veículos leves vendidos deverão ser elétricos, e representariam 25% da frota total.
Fonte: Projeto Colabora
18 May 2016 – United Nations Secretary-General Ban Ki-moon today appointed Patricia Espinosa Cantellano of Mexico as Executive Secretary of the UN Framework Convention on Climate Change (UNFCCC).
In a statement released by his spokesperson, Mr. Ban said the appointment of Ms. Espinosa Cantellano – who will succeed Christiana Figueres of Costa Rica – was made after consultation with the Conference of Parties to the Convention through its Bureau.
Since 2013, Ms. Espinosa Cantellano has been serving as Ambassador of Mexico to Germany, a position she also held from 2001 to 2002. She previously served as Minister of Foreign Affairs of Mexico from 2006 to 2012, and has more than 30 years of experience at highest levels in international relations, specializing in climate change, global governance, sustainable development, gender equality and protection of human rights.
As Mexico’s representative on multilateral bodies and international organizations in Vienna, Geneva and New York, Ms. Espinosa Cantellano has been engaged as a leader in the global challenge to address climate change and its consequences, notably as Chair of the 16th Conference of the Parties to the UNFCCC leading to the adoption of the Cancun Agreements.
“Named by the UN Secretary-General to the High-Level Panel of Eminent Persons on the Post 2015 Development Agenda, she is a tireless supporter of multilateralism as a way to improve conditions for development in all regions of the world, understanding the inextricable link between the aims of the Paris Climate Agreementand the Sustainable Development Goals,” the statement said.
From: UN NEWS Centre
O físico Luiz Pinguelli Rosa, que desde 2004 era o secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, enviou e-mail a Temer pedindo desligamento do cargo por não concordar com o afastamento de Dilma Rousseff. Em entrevista ao Estado, ele explica seus motivos e analisa a gestão Dilma para o clima
O físico Luiz Pinguelli Rosa, que desde 2004 atuava como secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, pediu desligamento do cargo na última quinta-feira, 12, depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff. Em carta enviada ao presidente em exercício, Michel Temer, explicou que se recusava a continuar no cargo.
Reunião ordinária do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas com Dilma e Pinguelli em abril de 2012. Crédito: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO
“Reputo de injusto o afastamento da Presidente da República pelo Congresso Nacional com a conivência do Supremo Tribunal Federal, pois não se provou qualquer crime de responsabilidade como estabelece a Constituição”, escreveu em mensagem enviada ao e-mail institucional da vice-presidência.
Ele lembrou que foi nomeado ao cargo em 2004 pelo então presidente Lula e foi mantido por Dilma. “O Fórum teve várias reuniões com o Presidente da República e Ministros apresentando sugestões que foram incorporadas no Plano Nacional de Mudanças Climáticas e na Lei Nacional sobre Mudanças Climáticas, bem como contribuiu para o Compromisso do Brasil na Conferência do Clima da ONU. No momento, o Fórum estava discutindo as propostas para o Plano de Adaptação nos diversos setores em ligação direta com a Ministra do Meio Ambiente”, disse.
O órgão, formado por cientistas de diversos áreas de clima, foi criado em 2000 por Fernando Henrique e teve uma função de destaque especialmente durante o governo Lula para a formulação de políticas de combate às mudanças climáticas.
Professor emérito da Coppe, o instituto de pós-graduação e pesquisa em engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Pinguelli foi presidente da Eletrobras no primeiro governo de Lula.
Em entrevista ao Estado, o pesquisador explicou sua decisão. “Não estou fazendo nenhum juízo de valor sobre o governo Temer, mas o fórum é diretamente ligado ao presidente da República e eu não concordo com a mudança dessa forma. Não é uma questão de Dilma, mas de princípio”, disse.
“A tal pedalada é mal definida. Usar verba de banco público que depois é coberto em prazo pequeno é uma trivialidade que qualquer administrador já fez algo parecido. Para falar em crime tem de ser uma coisa séria, tem de ter materialidade, como agir de má fé ou se apropriar de recursos públicos. Quem fez isso foram outros no Congresso e o Supremo Tribunal Federal se fez de bobo. Não me sinto bem em cooperar no nível com o presidente”, complementou.
Mesmo presidindo o fórum, Dilma levou mais de um ano para participar de sua primeira reunião, ainda na primeira gestão, em abril de 2012. Na ocasião, causou polêmica ao dizer, às vésperas da realização da conferência Rio+20, que o evento não iria “discutir a fantasia” das energias renováveis.
“Ninguém numa conferência dessas também aceita, me desculpem, discutir a fantasia. Eu tenho que explicar para as pessoas como é que elas vão comer, como é que elas vão ter acesso à água, como é que elas vão ter acesso à energia. Eu não posso falar: “olha é possível só com eólica de iluminar o planeta”. Não é. Só com solar, de maneira alguma.”
Pinguelli contemporizou o começo meio torto e disse que hoje a situação é outra. “Tivemos problema com etanol, com biodiesel, porque a política energética não foi muito boa, estimulou muito o uso da gasolina em detrimento do etanol. Mas eólica cresceu bastante. A geração já equivale à (que será produzida por) Belo Monte.”
Veja aqui a íntegra da entrevista
Mínima foi de 17 ºC. Em Copacabana ventos atingiram 83 km/h
Rio - Pedras portuguesas soltas, folhas de árvores caídas e pedestres tentando se proteger da água invadindo o calçadão. Este era o cenário da praia do Arpoador na primeira manhã de frente fria após meses de sol e temperaturas extremas na cidade. Na Praia de Piratininga, Região Oceânica de Niterói, a ressaca chegou com ainda mais força, destruindo parte do calçadão. Segundo o Centro de Hidrografia da Marinha, o mar ainda pode subir hoje, com ondas de 2,5m a 3,5m.
Durante o dia de ontem, a temperatura não passou dos 25 graus e a mínima ficou em 17,2º, no Alto da Boa Vista. Os ventos chegaram a 83 quilômetros por hora (km/h) no Forte de Copacabana. A previsão é que hoje os termômetros se mantenham dentro da mesma faixa, mas a frente fria tende a se afastar no fim de semana. " Agente já está na metade do outono, logo o inverno chega, então é comum essa redução gradual da temperatura, com ares mais frios e ventos úmido", disse a meteorologista do Centro de Operações Rio (COR) Juliana Hermsdorff.
Depois de tantos dias ensolarados, cariocas e turistas estranharam o clima. Encolhendo o braços dentro da blusa para se aquecer, a dentista Márcia Vieira, de 28 anos, tentava tirar uma foto do mar e acabou se molhando com o avanço de uma onda. "A gente se acostumou ao calor, então está parecendo ainda muito mais frio. Está parecendo São Paulo", disse.
Também teve quem comemorasse a chegada do vento sudoeste, responsável por trazer grandes ondulações à cidade. "Aqui no Arpoador ainda está muito mexido (revolto), mas na praia do Diabo o vento está entrando perfeito e proporcionando boas ondas. É um presente depois de meses sem condições para o surf", disse o procurador do município Jorge Ottoni, de 26 anos.
O gari Erivaldo Santos, de 42 anos, se esforçava para recolher a grande quantidade de lixo que o vinha do mar. "Esse lixo todo vem da Rocinha quando a maré enche desse jeito. É uma pena, porque acho o espetáculo da força da natureza muito bonito", contou.
Depois que parte do piso da orla cedeu em Piratinga, a Defesa Civil interditou o local. Um quiosque localizado no calçadão corria o risco de desabar. Em um grupo de Niterói no Facebook, moradores publicaram imagens do estrago provocado pela força do mar e lamentaram o ocorrido. "Raridade ressaca com essa força", avaliou Wellington Rocha. "Tomando de volta o que é dela", pontou Priscila Sampaio
Para não correr risco durante ressacas, o Corpo de Bombeiros orienta a evitar o banho e prática de esportes do mar, não permanecer em mirante da orla ou locais próximo ao oceano e evitar trafegar na orla se as ondas estiverem atingindo a ciclovia.
Fonte: O Dia