Desastres naturais

15/05/2012

Por Flávia Oliveira

O Fórum Eco Serra, semana que vem, em Nova Friburgo, terá painel sobre a prevenção e mitigação de efeitos de desastres naturais. A tragédia das chuvas na cidade, no início de 2011, puxou o debate. É parceria do painel brasileiro de mudanças climáticas e a COPPE/UFRJ. A iniciativa é de Firjan e Sebrae.

Fonte: O Globo, Editoria - Negócios & Cia, pág 22.

Mais informações: Fórum Eco Serra

RIO+20 vai discutir meio ambiente ou economia verde?

Desencontro mundial

A três meses do início da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (RIO+20), os participantes ainda não chegaram a um acordo sobre os objetivos do encontro mundial.

Enquanto os organizadores brasileiros afirmam que a Rio+20 é um encontro para debater o desenvolvimento sustentável, como, a propósito, está expresso no nome do evento, um grande número de participantes de peso afirma que virá ao Brasil discutir questões ambientais e nada mais.

Ambas são questões essenciais, mas um encontro sem foco corre o risco de seguir a esteira de fracassos recentes dos debates tanto sobre um quanto sobre outro tema.

Economia verde

Para os organizadores brasileiros, a RIO+20 poderá alcançar um impacto planetário de magnitude semelhante ao da ECO-92, contanto que consiga superar o desafio de integrar de forma equânime os três pilares do desenvolvimento sustentável: as dimensões ambiental, econômica e social.

Ocorre que a ECO-92 foi essencialmente uma conferência ambiental. Seu sucesso deu-se sobretudo ao mostrar que o assunto estendia-se além das questões estritamente ambientais, mas isto não a tornou uma conferência sobre uma nova ordem econômica mundial.

E parece que o mundo não chegou ainda a um acordo sobre se é necessário realmente realizar uma conferência de cunho tão amplo, ou se apenas precisamos continuar discutindo o meio ambiente, questões econômicas postas à parte.

"A RIO+20 é uma conferência sobre desenvolvimento sustentável e não apenas um debate sobre meio ambiente. A intenção da presidência da conferência é que as dimensões ambiental, social e econômica tenham o mesmo peso no debate. O governo brasileiro, por sua vez, entende que, se os desafios do século 21 não forem vistos de maneira integrada, jamais conseguiremos atingir níveis de sustentabilidade", defende defende o embaixador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo Machado.

De acordo com o embaixador, o mundo atravessa uma época de crise internacional e os atuais modelos de desenvolvimento demonstram uma erosão em sua capacidade de dar respostas aos novos desafios.

"Os modelos atuais produzem crises em todos os pilares do desenvolvimento sustentável: a crise climática, a perda acelerada da biodiversidade, a degradação social e a crise energética demonstram isso. Estamos fazendo algo errado", disse.

Questão ambiental

O esboço do documento que servirá de base para a declaração final da Rio+20, o chamado "Esboço Zero", por sua vez, não avança tanto nesta questão, e tem sido criticado pelos defensores de uma conferência que mergulhe diretamente na questão do desenvolvimento sustentável.

Mas o documento tem sido mais criticado ainda pelos opositores, que dizem que o documento saiu demais da questão ambiental, que deveria ser o foco da conferência.

Autoridades ambientais da Europa criticaram publicamente o documento, atribuindo "falta de foco" ao texto, já que ele estabelece temas como economia verde e desenvolvimento sustentável entre as prioridades do encontro.

Segundo os europeus, a conferência deveria ter mais foco na questão ambiental propriamente dita e na reorganização institucional dos órgãos internacionais voltados ao tema, sobretudo ao IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas).

O IPCC vem sendo duramente criticado no próprio meio científico, devido a alguns escorregões que colocaram em dúvida sua credibilidade frente à opinião pública e aos políticos.

A comunidade científica formalizou um estudo propondo mudanças científicas e gerenciais no IPCC, mas o presidente da instituição, Rajendra Pachauri, agarrou-se ao cargo e não se sentiu constrangido o suficiente para sair.

A expectativa é a de que um encontro mundial como a Rio+20 tenha peso suficiente para garantir a adoção das medidas sugeridas no órgão.

A ministra francesa do Meio Ambiente, Nathalie Morizet, por exemplo, afirmou que falar muito sobre crescimento verde e pouco sobre governança significa perder o foco.

Jean Jouzel, vice-presidente do IPCC, também afirmou que a RIO+20 precisa ser "mais conclusiva e menos filosófica".

Queremos mudanças

O Brasil lidera uma visão diferente.

Na época da ECO-92, segundo o embaixador brasileiro, os países desenvolvidos acreditavam que haviam resolvido suas questões econômicas e sociais e dirigiam o foco das discussões para os temas exclusivamente ambientais.

Enquanto isso, os países em desenvolvimento tinham o foco no desenvolvimento econômico apoiado no contexto da sustentabilidade.

"Vinte anos depois, o mundo virou de cabeça para baixo: os países desenvolvidos estão lidando com uma profunda crise econômica e social, enquanto os países como o Brasil são líderes na área em tecnologias verdes, em investimentos em energia limpa e avançaram na inclusão social", disse.

Nesse novo contexto, segundo Machado, a RIO+20 não tem mais uma agenda que olha o econômico, o ambiental e o social separadamente.

Por isso, a comissão brasileira da conferência tem utilizado o termo "economia verde inclusiva", a fim de remeter ao trinômio "crescimento", "inclusão social" e "proteção da natureza".

"A decisão política do século 21 é a de integrar essas três dimensões. Esse é um desafio para todos os países e para a RIO+20. Se conseguirmos essa integração, finalmente poderemos, depois de duas décadas, realizar as promessas da ECO-92", afirmou Machado.

Promessas à parte, o fato é que a situação da Rio+20 se parece cada vez mais com um hoje esquecido "Debate Norte-Sul", um debate que a rigor nunca existiu porque, por mais que o Sul tenha gritado, o Norte sempre fez-se de surdo.

Estreito de Bering pode 'segurar' mudanças climáticas abruptas

Passagem entre Atlântico e Pacífico evitaria ocorrência de alterações súbitas.
Fechamento do estreito modificaria fluxo dos oceanos e clima global.

O estreito de Bering, uma passagem de cerca de 80 km entre partes dos oceanos Ártico e Pacífico, pode ajudar limitar mudanças climáticas abruptas, segundo um estudo publicado na segunda-feira (9) na revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences".

Estas mudanças, conhecidas como eventos de Dansgaard-Oeschger e Heinrich, ocorreram frequentemente durante o último período glacial, especificamente entre 11 e 80 mil anos atrás, segundo o estudo.O efeito só deve ocorrer, dizem os cientistas, se o estreito continuar aberto. Caso ele se feche, o que já ocorreu no passado, alterações na circulação dos oceanos poderiam provocar mudanças súbitas e influenciar o clima global.

Para chegar à conclusão, os pesquisadores usaram computadores poderosos, que previram impactos tanto do fechamento da passagem como da sua continuidade.

Os cientistas também argumentam que, mesmo em um cenário de aquecimento global provocado pela emissão de gases que provocam o efeito estufa, alterações climáticas súbitas não devem ocorrer se o estreito se mantiver aberto.

Fonte: Do Globo Natureza, em São Paulo

Warming Marches in

People may argue about why Earth is warming, how long its fever will last and whether any of this warrants immediate corrective action. But whether Earth is warming is no longer open to debate. The National Oceanic and Atmospheric Administration has just published domestic examples to reinforce what Americans witnessed last month — either on TV or in their own backyards.

Let's start with the heat: March 2012 temperatures averaged 10.6° Celsius (51° Fahrenheit) — or 5.5 °C warmer than the 20th century average across the contiguous United States. Throughout the more than 115 years that national U.S. weather data have been compiled, only one other month (January 2006) surpassed this past March in its departure from the average.

In all, U.S. weather stations logged almost 15,300 all-time highs, last month, roughly half of them for nighttime temps. “There were 21 instances of the nighttime temperatures being as warm, or warmer, than the existing record daytime temperature for a given date,” NOAA’s new analysis finds. Only Alaska bucked the trend; its temperatures were the tenth coolest for March.

Nor was last month the only anomalous period. The first three months of 2012 also set a record for toastiness across the contiguous United States, with an average temperature throughout the period of some 5.6 degrees above the long-term average. Sixteen states had temperatures ranking among their 10 warmest for the quarter. None of the contiguous states posted a quarterly composite for January through March that fell below its long-term average.
 
In many regions, March weather anomalies sparked conversations. At the Society of Toxicology meeting in San Francisco, for instance, I ran into three researchers who remarked on needing sweaters. All said it was warmer at home than at the meeting — home being Michigan, Maine and Indiana. In the DC area, people ogled earlier-than-normal blooms in their yards and on century-old cherry trees lining the Tidal Basin.

Nationally, the entire 2011-to-2012 cold season (October through March) proved especially mild. It was the second-warmest on record across the 48 states.

Accompanying the heat came a diminished rainfall. Nationally, the 2012 precipitation average is somewhat more than 0.7 centimeters (0.29 inches) below average. As of last week, one-third of the lower 48 states were experiencing drought — up from 18.8 percent this time last year.

The heat stirred up weather systems, driving plenty of big storms. March 2012 saw more than 220 tornadoes — or almost 2.8 times the long-term average for that month. One particularly severe spell on March 2-3 caused 40 deaths and racked up an estimated $1.5 billion in commercial and property losses.

The “Climate Extremes Index” — a scale introduced 16 years ago — attempts to quantify trends in extreme weather by identifying the percent of the contiguous states that fall outside the norm of temperature, precipitation, severe drought and hurricanes (or tropical storms) making landfall. So far, the 2012 index rating is 39 percent, or about twice the expected value. 

Weather records are just one quantifiable measure of warming. Many others can be harder to eyeball. For instance, the annual mean sea surface temperature for last year was the 9th warmestfor the period that started in 1880. (The 10 warmest years have all occurred since January 2000.) 

We reported a wealth of analyses last year pointing to the Arctic having evolved “to a new normal,” with warmer, drier weather. Last July, researchers announced that relatively deep coastal waters off Greenland are now expected to warm considerably faster than elsewhere by the year 2100, exaggerating the risk of ice sheet melting and global sea-level rise.

Many people won't complain about a somewhat balmier winter or marginally early spring. But warming isn't a cold-weather phenomenon. It's a 24/7 event occurring year-round. And at least here in the nation's capital, an increase in the normal summer-long muggy heat is not something I can imagine anyone welcoming.

Fonte: Science News

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